Temos assistido, nos últimos anos, um aumento significativo do uso de ferramentas de inteligência artificial (IA). No mundo jurídico não é diferente. Isso se deve, em grande parte, à capacidade de tais ferramentas analisarem grandes volumes de dados e fornecerem insights valiosos para os profissionais do Direito, além de facilitar a rotina jurídica por meio da automatização de tarefas repetitivas e rotineiras, otimizando recursos financeiros e humanos.
Dentre as ferramentas de IA disponíveis, encontra-se o já famoso Chat GPT, desenvolvido pela OpenAI. Com ampla capacidade de gerar respostas para perguntas e diálogos em diversas áreas do conhecimento, o Chat GPT pode ser bastante útil para auxiliar profissionais do Direito em suas pesquisas e estudos.
No entanto, embora essas ferramentas possam trazer benefícios significativos para o mundo jurídico, seu uso também envolve riscos e desafios e suas respostas não devem ser consideradas um parecer jurídico oficial nem uma resposta isenta de equívocos. O sistema não tem a capacidade de avaliar todos os aspectos relevantes de um caso específico, considerando-se a complexidade do contexto humano, que inclui fatores culturais, socioeconômicos, emocionais e psicológicos.
Além disso, há um risco potencial de se ter um viés algorítmico, capaz de acarretar decisões injustas ou mesmo discriminatórias. Também deve-se ter cuidado com a dependência excessiva das ferramentas, que podem levar à adoção de decisões automatizadas que desconsiderem questões éticas e morais e podem acarretar, inclusive, a desvalorização da experiência e do julgamento humano.
Por tudo isso, as ferramentas de IA no mundo jurídico, inclusive o Chat GPT, são muito bem-vindas, mas não devem substituir um parecer jurídico oficial emitido por um profissional habilitado e especializado. Em caso de dúvidas, é sempre recomendável procurar um consultor jurídico capacitado para pensar criticamente e fornecer soluções específicas e personalizadas.